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domingo, 15 de maio de 2011

"Memorial do Convento" - Resumo do Capitulo V

Capítulo V

D. Maria Ana está de luto pela morte do seu irmão José, imperador da Áustria. Apesar de o rei ter declarado luto, a cidade está alegre, pois vai haver um auto-de-fé. É domingo e os moradores gostam de ver as torturas impostas aos condenados. O rei não irá participar na festa mas jantará na inquisição juntamente com os irmãos, infantes e a rainha. Mesa recheada de comida, o rei não bebe, dando o exemplo.
Nas ruas o povo furioso grita insultos aos condenados e as mulheres nas varandas guincham dizendo que a procissão é uma serpente enorme. Entre este mar de gente encontra-se Sebastiana Maria de Jesus, mãe de Blimunda, procurando sua filha. Sebastiana imaginava que Blimunda estaria também condenada a degredo. Acaba por ver a filha entre as pessoas que acompanham o auto, mas sabe que ela não poderá falar-lhe, sob pena de condenação. Blimunda acompanha o padre Bartolomeu Lourenço. Perto dela está um homem, Baltasar Mateus, o Sete-Sóis, a quem ela se dirige e cujo nome procura saber. Voltando a sua casa, Blimunda leva consigo o padre e deixa a porta aberta para que o recém conhecido também possa entrar. Jantaram... Antes de sair o padre deitou a bênção em tudo o que cercava o casal. Blimunda convida Baltasar para que fique a morar na sua casa, pelo menos até que ele tivesse que voltar a Mafra. Deitaram-se, Blimunda era virgem e entrega-se a ele. Com o sangue escorrido ela desenhou uma cruz no peito de Baltasar. No dia seguinte, ao acordar, Blimunda, sem abrir os olhos, come um pedaço de pão e promete a Baltasar que nunca o olharia "por dentro".

Tempo

Tempo

É o tratamento que o narrador dá ao tempo podendo ou não seguir a ordem cronológica dos acontecimentos. Nesta obra o narrador recorre a uma analepse que explica a construção do convento como consequência de um desejo antigo expresso em 1624 pelos franciscanos de possuírem um convento em Mafra.
O narrador corre ainda a prolepses;
  
ª     Prolepses que dão a conhecer as mortes do sobrinho de Baltasar e do infante D.Pedro para estabelecer o contraste do sois funerais;
ª     Prolepses que revela a morte de Álvaro Diogo de uma queda durante a construção do convento;
ª     Prolepses que informa sobre os bastardos que o rei iria gerar, filhos de freiras que seduzia;
ª     Prolepses que constitui uma visão globalizante de tempos distintos por parte do narrador ( tempo da história e tempo da escrita ): referencia aos cravos, aos voos da passarola e a ida do homem a lua.

Narrador

Narrador

(Quanto à participação)

Geralmente, é HETERODIEGÉTICO (surge na terceira pessoa e não participa na acção) PORÉM, por vezes, assume o ponto de vista de algumas personagens (assumindo a primeira pessoa do singular e até do plural) por isso em algumas passagens o narrador é HOMODIEGÉTICO.
Isso acontece porque o narrador assume o pensamento de algumas personagens.

Elementos Simbólicos

Elementos Simbólicos

Sete – é a soma dos pontos cardeais com a trindade divina, representa a totalidade do universo em movimento.

Nove - representa a gestação, a renovação e o renascimento.
Blimunda procura Baltasar durante nove anos.

Passarola – é o elo de ligação entre o céu e a terra, representa a alma humana que ascende aos céus. Simboliza a libertação dos espíritos e a passagem a um outro estado de existência.

A Dimensão Simbólica

A Dimensão Simbólica

Baltasar Sete – Sóis / Blimunda Sete – Luas

Baltasar e Blimunda são personagens heróicas. Regressado da frente da batalha, Baltasar apresenta uma “deformidade física”.
Em termos simbólicos liga-se a Blimunda, também diferente pela sua capacidade de “olhar por dentro das pessoas”.
Simbolizam o Sol/ a Lua, o dia/ a noite, e a Luz/a Sombra, a união dos opostos, o universo divino e o universo humano.

Padre Bartolomeu

Representa o ser fragmentário, dividido entre a religião e a alquimia. Simboliza a aspiração humana (voo da passarola), conferindo sacralidade ao acto humano de construir e sonhar.

Domenico Scarlatti

Ligado à música, representa o transcendente. Simboliza a ascensão do homem através da música e ligado também ao mito Orpheu.

Linguagem

Linguagem

Memorial do Convento distingue-se no quadro da literatura nacional não só pela originalidade da tipologia, mas também pela especificidade da sua linguagem.

O autor utiliza, em maior ou menor grau, o registo de língua familiar e popular, com sentido irónico e crítico ou como forma de traduzir o estatuto social das personagens.

As principais figuras de estilo são:

ü      a metáfora;
ü      a ironia;
ü      a hipérbole;
ü      aforismos.

quarta-feira, 11 de maio de 2011

Espaço Social

O Espaço Social é construído através do relato de determinados momentos e do percurso de personagens que tipificam um determinado grupo social.

  1. Procissão da Quaresma – caracteriza a cidade de Lisboa; excessos praticados durante o Entrudo; penitencia física, a descrição da profissão; as manifestações de fé que tocavam a histeria com os penitentes.

  1. Autos – de – fé (Rossio) – entre os autos – de – fé e as touradas, o povo revela gosto sanguinário e emoções fortes; a assistência feminina preocupava-se com os pormenores fúteis e com os jogos de sedução; a morte dos condenados é motivo de festa.


  1. Tourada (Terreiro do Paço) – os touros são torturados, o público alegra-se com o espectáculo.

  1. Procissão do Corpo de Deus – as procissões caracterizam Lisboa como um espaço caótico, cujo ritual tem um efeito exorcizante.

  1. O Trabalho no Convento – Mafra simboliza o espaço da servidão desumana a que D. João V sujeitou o seu povo.

  1. A miséria do Alentejo – este espaço é associado à fome e à miséria.