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quarta-feira, 4 de maio de 2011

Caracterizaçao das Personagens na Obra

D. João V
Personagem histórica, poderoso e rico mas insatisfeito por não possuir descendência. Este é o motivo que o leva a fazer a promessa que conduz à acção central do romance. A caracterização do rei é feita, essencialmente, de forma indirecta e de algum modo é desvalorizado em relação às personagens fictícias.
Baltasar

 Representa na obra um operário consciente dos objectivos do seu trabalho e por isso se dedica de forma apaixonada ao projecto de construção da Passarola. Baltasar, como elemento do povo, adquire características individuais. O seu trabalho é visto com dignidade e exercido de forma autónoma e voluntária. Nisto opõe-se aos operários que trabalham na construção do convento, que são tratados como escravos, realizando um trabalho forçado no qual não se envolvem. Como argumento para convencer Baltasar a colaborar no seu projecto, o padre Bartolomeu ajuda-o a ultrapassar o seu complexo da doença física comparando-o a Deus. Por outro lado, Baltasar representa o sonho – à medida que o seu trabalho progride, a sua expectativa e o seu entusiasmo aumentam.


Blimunda

Apresenta a característica mais curiosa das personagens da obra que é a capacidade de ver os outros por dentro. Aproveitando este dom, Blimunda recolhe as “vontades” que permitirão fazer voar a Passarola; utiliza, também, no momento crucial em que Baltasar vai ser queimado pela Inquisição. É uma personagem cuja sabedoria a afasta do seu mundo de origem. Blimunda ajuda na construção da Passarola e partilha com Baltasar as alegrias, as tristezas e as preocupações da vida. A união de Blimunda e Baltasar confere-lhe um outro nome, um nome simbólico que representa uma identidade cósmica através da qual se projecta no Universo, cujas leis se confundem e se recriam, onde luas e sóis convivem harmonicamente. A história de amor entre Baltasar e Blimunda perdura no tempo, projectando-se para uma dimensão intemporal, uma vez que a “vontade” de Baltasar voa ao encontro da amada – “O amor existe sobre todas as coisas”.

Padre Bartolomeu Lourenço

Personagem com fundamento histórico também, uma vez que consta que veio do Brasil para Portugal pelo interesse por questões científicas. As suas experiências no campo da aeroestática levam-no à construção da Passarola. É perseguido pela Inquisição, o que o leva à fuga para Espanha.

Domenico Scarlatti

Representa a arte que, aliada ao sonho, permite a cura de Blimunda e possibilita a conclusão e o voo da passarola. Foi contratado pelo rei D. João V, para dar aulas de música as suas filhas e acabou por ficar em Portugal.


D. Maria Ana

A rainha surge no romance desvalorizada no seu papel como mulher, tendo como única função a de “dar” infantes a Portugal. É frágil, insegura e doentiamente religiosa. Como não se permite uma existência própria como mulher, tudo aquilo que possa remeter para o universo feminino lhe surge em sonhos e, portanto, de forma inconsciente.

O Povo
É à custa do seu sacrifício que se constrói o convento. É gente humilde e oprimida, servem de meio para que os privilegiados atinjam os seus fins.


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